sábado, 1 de janeiro de 2011

Parte II - O destino veio me visitar.

Que Paolo era o cara mais simpático, lindo, inteligente, culto que eu já tinha conhecido nesses 19 anos de vida, eu não tinha dúvida. Que ele era totalmente diferente do indivíduo que me fez chorar a um tempo atrás, também não. Passeamos pelo parque, comemos algodão-doce e conversamos muito. Aproximamos-nos tanto em tão pouco tempo, que nem parecia que havíamos nos conhecido há poucas horas.
Ele tinha 23 anos e não sabia por quanto tempo ficaria no Brasil. Não tinha compromissos em Nova York, por isso poderia ficar o tempo que quisesse no Rio. 
Depois de estarmos totalmente encantados um com o outro, em um clima suave e alegre, o meu querido amigo celular toca. Por um segundo pensei em não atender, mais a curiosidade falou mais alto e eu tirei o celular da bolsa para ver quem era.
- Alô, Gabi? - Atendi.
- Bianca, eu estou na porta do seu prédio, e o porteiro disse que você não estava em casa. Esqueceu que eu vinha te buscar para irmos fazer compras para a festa de amanhã? Amiga, to super animada!
Eu não respondi. Caramba! Era verdade, amanhã eu tinha uma mega festa para ir, e não tinha roupa para usar. Só o shopping poderia ser a minha salvação. Mais também, com a companhia de Paolo, quem não esqueceria até de uma festa, por mais importante que fosse?
- Está bem Gabi, estou a caminho de casa, estou parada nesse trânsito horrível, mais já estou chegando. - Menti e desliguei, sem esperar que ela dissesse mais alguma coisa.
Paolo já tinha entendido tudo. Nosso momento divertido estava prestes a acabar.
Fiz uma careta como se lamentasse por ter que ir embora, sabendo que ele já tinha entendido tudo.
- Não tem problema Bianca. Entendo você. Pode ir. Qualquer dia, quem sabe não nos topamos de novo? - Ele falou mais encantador do que nunca.
- Ah, é claro! - Respondi e sorri.
Ele beijou minha bochecha, e se levantou.
- Foi um prazer. Espero encontrar você de novo. - Paolo falou.
- Nessa cidade gigante, com milhões de pessoas, eu acho difícil. - Falei com sinceridade.
- É para isso que se existe telefone celular, não? – Ele me surpreendeu.
Eu achei que tinha escutado mal. Depois de uma tarde super agradável com ele, ele estava pedindo o número do meu celular? Destino, eu te amo!
Dei o número para ele, e em seguida me dirigi à beira da rua. Passou um táxi e eu acenei com a mão. Entrei dentro do carro, e dei tchau para ele com a mão.
- Espero sua ligação. - Falei e ao mesmo tempo fechei a porta.
Paolo ficou para trás, e isso me deixou não muito animada. Será que ele realmente ligaria? Meus pensamentos estavam embaralhados, como sempre. Tentei parar de pensar nele, e tentei me lembrar de Gabi. Ela deveria está surtando na porta do meu prédio, impaciente, como sempre.
O trânsito não estava horrível como eu tinha dito para ela, e isso ajudou eu chegar bem mais rápido.
Como eu havia dito, ela estava andando de um lado para outro, na calçada do prédio. Quando me viu, faltou surtar.
- Vou te bater, garota! Como você esquece que precisamos ir ao shopping? - Ela falou. Tão rápido que eu mal pude entender.
- Tinha coisas melhores para fazer Gabi. Você não vai acreditar o que aconteceu comigo. -  Falei. Eu sabia que aquilo tinha deixado ela super curiosa.
- Me conta então. E tem que ser muito importante viu? Para você esquecer uma tarde comigo! - Ela falou tão irritada, praticamente soletrando o comigo.
Entrei dentro do carro dela. E seguimos em direção ao shopping. Durante todo o percurso me peguei pensando em Paolo, sem prestar muita atenção ao que Gabi falava. Ela estava falando aos cotovelos, e nada daquilo estava entrando pelos meus ouvidos.
Meus pensamentos foram interrompidos quando ela praticamente gritou:
- O que você acha Bianca Bergantini?
- Eu acho ótimo. - Menti.
- O quê? Você acha ótimo do Gabriel terminar nosso namoro e dizer que eu não sirvo para ele? Eu linda do jeito que sou, que nunca recebi um fora de outro alguém na vida!? Bianca, o que está acontecendo com você?
Eu não sabia o que dizer a ela. Se eu contasse o que havia acontecido, ela ficaria mais animada do que eu e criaria mil e uma expectativas. Mais também eu não conseguiria ficar calada por mais tempo, eu tinha que contar aquilo para alguém. Resolvi contar, mais só quando chegasse ao shopping. Tinha medo que ela batesse o carro.
Quando chegamos e descemos do carro, comecei a contar tudo. Quando terminei, ela parou.
- Bianca Bergantini, será que ele não tem nenhum amigo americano com ele por aqui?
Minha vontade foi de gritar com ela. Aquilo tinha me estressado. Não respondi. Dirigi-me a primeira loja que vi e conversei com a atendente.
Fui para casa a noite, e fiz tudo o que precisava fazer. Gabi me deixou em casa e combinou que me ligava no dia seguinte de manhã, para vir me buscar e irmos ao salão juntas.
Quando entrei no apartamento, só via a cama. Joguei as sacolas no chão e me deitei, sem me preocupar com nada. Antes de adormecer, pensei em Paolo. E ao mesmo tempo pensei na festa de amanhã. De repente, senti como se minha mente gritasse "o chama para a festa". Imediatamente, peguei o celular na tentativa de ligar para ele, até lembrar que não havia pegado seu número. Só me restava uma esperança: Paolo teria de me ligar amanhã durante o dia, a tempo de eu chamá-lo para a festa. E por alguns minutos, meu maior desejo era que amanhecesse logo. Depois disso, não vi nem pensei mais em nada, já tinha adormecido.

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